quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Sobre a Vírgula


Muito legal a campanha dos 100 anos da ABI

(Associação Brasileira de Imprensa).

Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere..

Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.

Pode criar heróis..
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.

A vírgula pode condenar ou salvar.
Não tenha clemência!
Não, tenha clemência!

Uma vírgula muda tudo.
ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Essa é boa!

O que é ser um bom professor? A pergunta é bem simples, mas a resposta nem tanto.

Refletindo sobre essa questão, escrevi uma crônica, que tem como exemplo o artista italiano Andrea del Verrochio, que foi o professor do ... bem, esse e outros detalhes estão no texto abaixo:

Quero ser Andrea del Verrochio*

- Vocês querem saber o que eu penso sobre o papel do professor no processo de educação? Então vou começar dizendo que Andrea del Verrochio é o exemplo que eu procuro seguir.

- Andréa do quê? Nunca ouvi falar dessa mulher!

- Andrea del Verrochio. Andrea é um nome italiano. De homem. Andrea del Verrochio viveu em Florença, na Itália, na época da Renascença. Quem de vocês já ouviu falar de Verrochio?

- Professor, desculpe-me a franqueza, mas o senhor ‘tá’ viajando. Com certeza nenhum de nós sabe quem foi esse tal ‘Ferróquio’.

- É V-e-r-r-o-c-h-i-o. Verrochio com ‘vê’ de ‘viajando’. Tudo bem. Deixem-me mudar a pergunta. Quem já ouviu falar de Leonardo da Vinci?

- Professor, desculpe-me de novo, mas o senhor continua viajando. É claro que todo mundo já ouviu falar de Leonardo da Vinci. Até os paralelepípedos da calçada desta Universidade sabem quem foi da Vinci.

- Ótimo. Pois Verrochio foi simplesmente o mestre de Leonardo da Vinci. Foi quem o iniciou nas artes. Quem lhe ensinou as técnicas artísticas. Quem criou as condições para fazer florescer sua genialidade.

- Caramba! E ninguém ouviu falar desse cara!

- Pois o Verrochio, segundo os livros de história, era um professor brilhante. Tinha formação de ourives, era um artesão habilidoso, renomado escultor e pintor de alto nível. As aulas, ele as dava em sua oficina, onde, além de pinturas e esculturas, eram produzidas peças de armadura, sinos, brasões, projetos arquitetônicos. Ou seja, era o ambiente ideal para desenvolver o talento de uma mente criativa como a do Leonardo.

- Mas professor, o Leonardo da Vinci era um gênio. Provavelmente ele teria sido bem-sucedido mesmo sem o incentivo do seu mestre.

- Não tenho tanta certeza disso. Vejam, Leonardo nasceu e passou sua infância na vila de Vinci. Na adolescência, com a morte do avô, ele precisou ir para Florença. Se tivesse permanecido na pequena Vinci, provavelmente sua obra não teria alcançado a mesma magnitude e reconhecimento. E se em vez de estudar com Verrochio, tivesse sido encaminhado a outro professor, que não tolerasse ser ofuscado por um jovem aprendiz? Será que Leonardo teria obtido o mesmo incentivo e as mesmas oportunidades de demonstrar seu talento?

- Mas o Verrochio nunca sentiu inveja do talento do da Vinci?

- Bem, os historiadores contam que ele estava trabalhando em uma pintura intitulada “O Batismo de Cristo” e deixou que Leonardo a finalizasse pintando partes do plano de fundo e um dos anjos. O resultado de seu trabalho foi tão impressionante que Verrochio, percebendo ter sido superado por seu discípulo, abandonou a pintura, passando a dedicar-se apenas à escultura. Mas Leonardo continuou a freqüentar a oficina do mestre por muito tempo. Era lá que ele encontrava instrumentos, equipamentos e matéria-prima para seus inventos e experimentos.

- Ah, mas o Verrochio deve ter ficado pelo menos um pouco ressentido com o sucesso do Leonardo...

- Por que deveria? O êxito do Leonardo apenas confirma que ele foi um mestre bem-sucedido.

- Mas professor, ele acabou no esquecimento, sem fama nem prestígio e, provavelmente, sem riqueza.

- Ah, mas não é a fama, nem o prestígio, muito menos a riqueza que medem o sucesso de um professor. O que torna um professor bem-sucedido é o êxito de seus alunos. Um professor, por mais genial que seja, não pode considerar-se bem-sucedido se os seus alunos fracassam. Verrochio obteve a melhor recompensa que um mestre poderia almejar: o sucesso de seu aluno.

- Pois é. Eu não tinha pensado nisso.

- Bom professor é o que assume o papel de ser um instrumento para a aprendizagem de seus alunos. É aquele que reconhece que os resultados de sua atividade devem manifestar-se nas ações e no comportamento de seus alunos. É o que almeja glória e sucesso, não para si, mas aos seus pupilos. Creio que é isso que concede grandeza e importância à docência.

- Professor, a sua teoria é bem bacana, mas acho que não dá para aplicar aqui. É que o senhor não vai encontrar nenhum Leonardo da Vinci nesta turma...

- Tudo bem. Eu também não estou mesmo à altura do Verrochio. Mas isso não impede que eu me esforce em fazer o máximo para despertar, em cada um de vocês, todo o talento que houver. Você não é obrigado a tornar-se um Leonardo da Vinci, mas tem obrigação de fazer o seu melhor. Então, tratem de ser bem-sucedidos, porque eu não quero ser um professor fracassado!


* Crônica premiada com menção honrosa no Concurso de Crônicas "Unisc: uma trajetória e muitas lembranças"

( retirada de http://www.administradores.com.br/artigos/o_que_e_ser_um_bom_professor/32871/ )